O Papa Paulo VI, que liderou a Igreja Católica de 1963 a 1978, será beatificado em 19 de outubro de 2014 após o Sínodo dos Bispos.
O ex-pontífice Papa Paulo VI será contado entre os abençoados em outubro deste ano. O Vaticano reconheceu o milagre ao qual o herdeiro da Santa Sé esteve envolvido algumas semanas após a canonização de dois Papas de uma só vez. Os cardeais e bispos que são membros da Congregação para a Canonização confirmaram que Paulo VI milagrosamente curou um feto em 2001. Quando a mãe do bebê estava em seu quinto mês de gravidez, os médicos disseram que havia uma alta probabilidade de ruptura da bexiga fetal, recomendando que a mulher fizesse um aborto. No entanto, a futura mãe se recusou categoricamente a dar esse passo e, a conselho de um amigo da freira, rezou ao papa Paulo VI. Logo, os médicos reexaminaram o paciente e ficaram simplesmente surpresos: o equipamento mostrou uma melhora significativa na condição da mulher. O bebê nasceu no oitavo mês de gravidez usando cesariana. Mas até hoje, os médicos que ainda não conseguem acreditar no que aconteceu, insistem que o menino (já adolescente) passe regularmente por exames completos. Agora, apenas um passo e um milagre o separam da canonização.
Aliás, algumas fontes afirmam que Paulo VI já pode ser chamado de santo em 2015.
A questão da possível beatificação do pontífice está sendo estudada no Vaticano desde 1998. Cerca de 80 testemunhas da diocese de Milão já foram entrevistadas, o que o Papa Paulo (no mundo de Giovanni Battista Montini) levou antes de ser reconhecido como herdeiro da Santa Sé. Em 2012, o Papa Bento XVI assinou um decreto especial sobre o "valor heróico" de seu antecessor, dando assim o primeiro passo para sua beatificação. Tal decreto é um documento oficial confirmando que Paulo VI levou a vida exemplar de um cristão. Inicialmente, o jornalista vaticano Andrea Tornieli assumiu que Montini estaria feliz em 2013, e a celebração em si seria realizada por Bento XVI, mas as previsões de Torniel ainda não se realizaram.
Paulo VI, que conduziu a maior parte do Concílio Vaticano II em 1963, durante sua vida dedicou grande importância ao desenvolvimento do diálogo ecumênico, bem como à implementação das reformas adotadas pela catedral. Ele se tornou o primeiro papa do século IX a encontrar-se com os Patriarcas de Jerusalém e Constantinopla.
Vale a pena notar que o encontro com o Patriarca de Atenágoras em 1964 foi especialmente significativo: então ambos os clérigos removeram os anátemas uns dos outros. Montini também insistiu em negociações com o patriarca copta Gênova III e os católicos da Igreja de Malancar, Basileia Fugen I. Em meados da década de 1960, Paulo VI ajudou a criar um grupo de trabalho conjunto para trabalhar com o Conselho Mundial de Igrejas e também estabeleceu o Sínodo dos Bispos. Montini tornou-se o primeiro chefe da Igreja Católica a fazer visitas de negócios a todos os cinco continentes, recebendo o apelido de "Papa Peregrino". Ele visitou a Terra Santa, Índia, Portugal, Turquia, Colômbia e muitos outros países. Durante seu papado, mudanças significativas foram feitas no Missal Romano. A nova ordem da Missa, aprovada por Paulo, incluiu o uso de línguas nacionais, a realização da Missa pelo sacerdote diante dos crentes e muito mais.
Durante seu papado, Paulo VI muitas vezes se tornou alvo de ataques, inclusive para a revisão do Concílio de Trento pelos conservadores. Poucos meses antes de sua morte, Montini realizou um serviço solene para homenagear o falecido Aldo Moro, que morreu nas mãos da organização radical de esquerda "Brigadas Vermelhas" ("Brigate Rosse"). Vale a pena notar que, enquanto Moreau estava em cativeiro, o pontífice repetidamente se ofereceu em troca de ele. Paulo VI morreu em sua residência de um ataque cardíaco aos 80 anos de idade.